quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Momento.

Estava contigo.

As noites materializavam-se de cor-de-rosa em pedaços de luz e brancos perdidos em pedras de calçada. Lisboa estende-se até à 25 de Abril, nua, despida de branco, iluminada pelos candeeiros de rua, velha, enrugada em pinturas carcomidas, amarelos e verdes pálidos, doentes do sol, enferrujados, encaracolados, encurralados nas varandas de ferro forjado.

Tonta de rodopiar nos binóculos precipitados na falésia do castelo de São Jorge, feitos para ver longe o que sinto de perto.

O tempo escapa-me, escorre e atravessa as minhas mãos como àgua, perante o meu desalento.

Que me resta mais senão rodopiar e ser um vulto desfocado? Talvez assim a água não atravesse tão rápido estas mãos, e com ela o tempo pare o teu regresso,pare lisboa, pare o castelo, e ele se transforme em duas crianças que teimam em rodopiar.

Já não sei se somos reais sequer, se somos o cliché da nostalgia entre ruinas abandonadas. Existimos? Ou será que testemunhamos verdades irreais, tão distantes como as realidades vividas por elas? Será que somos de pedra? Ou seremos a mais comum das histórias...

... a saudade?

4 comentários:

g. disse...

Olá!!!

Obg pelas tuas visitas à "minha Índia".

:)

Tens um blog giro :)

Um viajante na expectativa... disse...

...de facto a escrita deve ser um dom de família...gosto imenso de ler as tuas divagações e reflexões!

Quase sempre penso o mesmo....

Um beijito e continua a escrever!

Daniel Pinto

Lígia disse...

Quanto sai o próximo post? (sei que andas com muito trabalho)

É giro ver os commens dos meninos do inov!

Beijinhos para todos, e tenho muitas saudades tuas :)

Um viajante na expectativa... disse...

Pois é! Quando sai o próximo post?

Isto de começar a escrever "coisas" que cativam...e depois parar não é justo para os teus seguidores!

Vamos lá publicar mais uma reflexão...ou uma situação caricata mas contada de uma forma verdadeiramente peculiar!

Bjs,
Daniel Pinto