Estava contigo.
As noites materializavam-se de cor-de-rosa em pedaços de luz e brancos perdidos em pedras de calçada. Lisboa estende-se até à 25 de Abril, nua, despida de branco, iluminada pelos candeeiros de rua, velha, enrugada em pinturas carcomidas, amarelos e verdes pálidos, doentes do sol, enferrujados, encaracolados, encurralados nas varandas de ferro forjado.
Tonta de rodopiar nos binóculos precipitados na falésia do castelo de São Jorge, feitos para ver longe o que sinto de perto.
O tempo escapa-me, escorre e atravessa as minhas mãos como àgua, perante o meu desalento.
Que me resta mais senão rodopiar e ser um vulto desfocado? Talvez assim a água não atravesse tão rápido estas mãos, e com ela o tempo pare o teu regresso,pare lisboa, pare o castelo, e ele se transforme em duas crianças que teimam em rodopiar.
Já não sei se somos reais sequer, se somos o cliché da nostalgia entre ruinas abandonadas. Existimos? Ou será que testemunhamos verdades irreais, tão distantes como as realidades vividas por elas? Será que somos de pedra? Ou seremos a mais comum das histórias...
4 comentários:
Olá!!!
Obg pelas tuas visitas à "minha Índia".
:)
Tens um blog giro :)
...de facto a escrita deve ser um dom de família...gosto imenso de ler as tuas divagações e reflexões!
Quase sempre penso o mesmo....
Um beijito e continua a escrever!
Daniel Pinto
Quanto sai o próximo post? (sei que andas com muito trabalho)
É giro ver os commens dos meninos do inov!
Beijinhos para todos, e tenho muitas saudades tuas :)
Pois é! Quando sai o próximo post?
Isto de começar a escrever "coisas" que cativam...e depois parar não é justo para os teus seguidores!
Vamos lá publicar mais uma reflexão...ou uma situação caricata mas contada de uma forma verdadeiramente peculiar!
Bjs,
Daniel Pinto
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